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Manuel dos Passos Aguiar
Nasceu na freguesia do Caniço, a 28 de fevereiro de 1875, filho de José de Aguiar e de Maria de Jesus, naturais da referida paróquia.
Contraiu matrimónio com Maria Teixeira, a 22 de julho de 1897, na paróquia da Sé.
Do casal nasceu um filho: João Sancho dos Passos Aguiar (1898-1983).
Aos 21 anos, Manuel Aguiar é indigitado para servente-jardineiro da Escola Industrial António Augusto de Aguiar, a 11 de março de 1896. Dezasseis anos depois, no dia 31 de julho de 1912, passa para a categoria de guarda da referida escola e finalmente, a 2 de junho de 1919, é nomeado mestre efetivo da oficina de embutidos em madeira.
Manuel Aguiar nunca exerceu a profissão de marceneiro-embutidor. No entanto, foi um assumido entusiasta desta arte, aprendendo-a nas horas livres. Não frequentou as disciplinas de desenho ou a de incrustação na Escola Industrial. Foi um autodidata.
A primeira referência ao seu trabalho data de 1908, quando executou a réplica de uma mesa com quatro cabeças de vilão, desenhada pelo Augusto Pascoal Correia Brandão (1872-1909). Manuel Aguiar foi então incumbido pela direção da escola de executar as obras a partir dos desenhos legados pelo que fora entre 1903 e 1908 docente de desenho ornamental.
Em julho de 1915, tem a sua primeira apresentação de trabalhos de embutidos, na Escola Industrial, por ocasião da exposição de final de ano letivo.
Em 1918, executa a sua obra mais importante. Trata-se do embutido de uma jardineira encomendada pelo alferes Osvaldo de Andrade (1892-1951) e pelo aspirante Sebastião Fernandes, para ser oferecida ao então presidente da República Sidónio Pais. Pé e tampo foram desenhados pelo pintor Francisco Franco (1853-1932). Ao centro do tampo octogonal figuram dois camponeses madeirenses em trajes tradicionais. Seria acrescentada uma cercadura desenhada pelo professor José Nolasco. Todos os intervenientes eram funcionários da dita escola industrial. A encomenda incluía uma pasta em madeira de til para levar uma dedicatória ao obsequiado.
A partir do ano 1919-20, Manuel Aguiar passa a mestre embutidor na escola, continuando a fazer embutido nos seus tempos livres. Dos 15 anos seguintes datam referências à sua atividade, quase sempre relacionada com a apresentação dos trabalhos no final dos anos letivos.
Em 1935, dificuldades de visão obrigam Manuel dos Passos Aguiar a deixar de trabalhar. Aposentou-se a 23 de agosto de 1938. Faleceu a 14 de abril de 1940.